A necessidade de apresentar os problemas das Autoridades Tradicionais, desde o valor dos subsídios, a assistência médica e medicamentosa, assim como o cadastro destas, levou a Provedora de Justiça, Florbela Rocha Araújo, ao encontro do Ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, na tarde de hoje, quinta-feira, 15 de Fevereiro.
Os motivos abordados decorreram da audiência que a Provedora de Justiça concedeu ao Presidente do Fórum Angolano das Autoridades Tradicionais, no dia 17 de Outubro do ano transacto, que serviu para compreender a complexidade dos problemas vividos pela classe.
Florbela Araújo mostrou-se ainda preocupada com o fenómeno da proliferação das igrejas, que desvirtuam a mensagem divina, recomendando mais fiscalização e controlo desses grupos religiosos.
No final da sua abordagem, a Provedora de Justiça propôs maior divulgação das políticas de apoio à cultura e ao turismo, sem deixar de mencionar as queixas apresentadas pela classe artística angolana.
De acordo com o titular da pasta do MINCULTUR, Filipe Zau, o ministério já manteve três encontros com as Autoridades Tradicionais, para abordar assuntos de fórum diverso. Para o quarto encontro, está prevista uma abordagem para determinar o estatuto dos sobas com linhagem de consanguinidade.
A medida visa evitar a usurpação de poderes por parte dos sobas que não têm esse requisito.
Sobre a classe artística, Filipe Zau lamentou o facto de muitos artistas não terem uma agenda cultural nem carteira profissional, o que dificulta o processo de desconto para a segurança social.
Sublinhou que das 85 igrejas legalizadas que operam no país, apenas 30 estão credenciadas.
No final, as duas entidades comprometeram-se em cooperar para dar respostas a esses desafios.