A Provedora de Justiça, Florbela Rocha Araújo, participou, hoje, terça-feira 9, no acto de expressão de condolências e homenagem, a título póstumo, ao “homem nacionalista, humanista, filantropo, músico e desportista”, que com a sua voz, inteligência e abnegação, fez-se um patriota, à “volta de uma fogueira”, que ardia com colonialismo, que há 48 anos é um Estado-Nação.
Um cenário, no Hall da porta, de exposição de vários momentos e facetas de Ruy Mingas, foi adentrado por Florbela Rocha Araújo, que gravou, à entrada, no livro de condolências, à mão, “acalentadoras” palavras, auxiliadas por uma esferográfica, carregadas de saudosismo, que se estenderam na quase totalidade da esbranquiçada e fúnebre folha.
Entre académicos, estudantes, entidades protocolares e sociedade civil pairou um misto de emoções, com nostalgia à mistura, através de uma visita ao passado, nos tempos da vida de Ruy Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas, feita pelo Reitor da Universidade Lusíada de Angola, Mário Pinto de Andrade.
Foram, por isso, revividos momentos inglórios e gloriosos de participação de Ruy Mingas e contemporâneos, por meio de exibições das suas músicas, frases, iniciativas e demais acções nos vários segmentos a que pertencia, prestados por professores e estudantes.
Preencheu a funesta ocasião, um acto de reconhecimento da Provedora de Justiça, que, no uso da palavra, perante os presentes, depôs sobre a incontornável figura de Ruy Mingas.
Florbela Rocha Araújo manifestou gratidão, enquanto docente da Universidade Lusíada de Angola, tendo ressaltado a sua perspicácia e resiliência, que lhe tornaram distinto.
Em declarações à Televisão Pública de Angola, a Provedora de Justiça destacou as valências do malogrado, tendo caracterizado o momento de grande consternação.
Com este acto, realizado pela Universidade Lusíada de Angola, que tem Ruy Mingas, como co-fundador, foi aberto o Caderno de Condolências na sua homenagem, a título póstumo.
Ruy Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas nasceu a 12 de Maio de 1939, em Luanda e morreu a 4 de Janeiro de 2024, em Lisboa, aos 84 anos de idade.
Foi músico, diplomata, empresário, político, desportista, professor e nacionalista angolano, tendo musicado os poemas de autores como António Jacinto, Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade e de Agostinho Neto.
Musicalizou o Hino Nacional de Angola, que é “muito bonito, de unidade Nacional e resistência contra o colonialismo”.
Uma das facetas pouco conhecidas, é a sua participação na pacificação entre o Governo de Angola e a província de Cabinda. A sua última missão no Governo foi a de Secretário de Estado da Cultura.
No entanto, o seu último cargo político foi o de deputado à Assembleia Nacional de 2017 a 2021, dado por findo, devido ao seu estado de saúde.